O papel do Imperador Constantino na afirmação do Cristianismo no Império Romano
Constantino (272 – 337; governou de 324 a 337) entrou na História como o primeiro imperador romano a professar o cristianismo, na sequência da sua vitória sobre Maxêncio na Batalha da Ponte Mílvio, em 28 de Outubro de 312, perto de Roma, que ele mais tarde atribuiu ao Deus cristão: segundo a tradição, na noite anterior à batalha sonhou com uma cruz, e nela estava escrito em latim “In hoc signo vinces” (“sob este símbolo vencerás”), e de manhã, um pouco antes da batalha, mandou que pintassem uma cruz nos escudos dos soldados e conseguiu uma vitória esmagadora sobre o inimigo. Esta narrativa tradicional não é hoje considerada um facto histórico, tratando-se antes da fusão de duas narrativas de factos diversos encontrados na biografia de Constantino pelo bispo Eusébio de Cesareia.
No entanto, é certo que Constantino era atraído pela religiosidade e pelas práticas piedosas – ainda que se tratasse da piedade ritual do paganismo: o Senado Romano, ao erguer em honra a Constantino o seu arco do triunfo, o Arco de Constantino, fez inscrever sobre este que a sua vitória se devia à “inspiração da Divindade” (instinctu divinitatis mentis), o que certamente ia de encontro às ideias do próprio imperador.
Até um período muito tardio do seu reinado, no entanto, Constantino não abandonou claramente a sua adoração ao deus imperial Sol, que manteve como símbolo principal das suas moedas até 315. Só após 317 é que ele passou a adotar lemas e símbolos cristãos, como o “chi-rô”, emblema que combinava as duas primeiras letras gregas do nome de Cristo (“X” e “P” sobrepostos).
Aquando da sua entrada solene em Roma em 312, Constantino recusou-se a subir ao Capitólio para oferecer culto a Júpiter, atitude que repetiria nas suas duas outras visitas solenes à antiga capital para a comemoração dos jubileus do seu reinado, em 315 e 326.
Fonte: Wikipédia
Resumo:
- Em 313 publicou o Édito de Milão – concede a liberdade de culto e a igualdade de direitos aos Cristãos, decretando a restituição dos bens, anteriormente confiscados, à Igreja. Os Cristãos deixaram a clandestinidade das reuniões e passaram a fazê-lo nas suas basílicas.
- Em 325 convocou um concílio ecuménico – o Concílio de Niceia: condenou as heresias donatista e ariana, instaurou o cesaropapismo (supremacia do Estado sobre a Igreja) e determinou o carácter universal do Cristianismo.
- Favoreceu e enriqueceu a Igreja, inseriu na legislação imperial os princípios da moral cristã e no final da vida chegou a aceitar o batismo.
A importância do Concílio de Niceia para a Fé e para a Igreja Católica
- Foi o 1º Concílio ecuménico, convocado por Constantino para pôr ordem na organização da Igreja.
- Condenou o arianismo e definiu o Credo (dogma) da Fé Cristã.
- Instaurou um sistema de relações entre a Igreja e o Estado, o cesaropapismo, defendendo a supremacia do poder político (do Imperador) sobre o religioso (da Igreja Católica), o que irá originar conflitos ao longo da História.
- Afirmou o carácter católico e universal do Cristianismo.
- Definiu a organização hierárquica da Igreja Cristã, afirmando-se esta como uma única comunidade dos fiéis, depositária da Doutrina da Salvação.
O papel do Imperador Teodósio na afirmação do Cristianismo no Império Romano
Teodósio nasceu em Espanha por volta de 346 e morreu em Milão em 17 de Janeiro de 395. O Cristianismo torna-se a religião oficial do Império Romano, com o Imperador Teodósio (Édito de Tessalónica).
Proibição dos demais cultos em 395.
Proibiu também os Jogos Olímpicos, considerados pagãos.
Inicialmente, o imperador detinha o controlo da Igreja.
A decisão não foi aceite unanimemente por todo o Império; o paganismo ainda tinha um número muito significativo de adeptos. Uma das medidas de Teodósio I para que a sua decisão fosse ratificada foi tratar com rigidez aqueles que se opuseram a ela. O massacre de Tessalónica, devido a uma rebelião pagã, deixou clara esta posição do imperador. Pelo Édito de Tessalónica, em 391 d.C., o Imperador Teodósio estabeleceu que o Cristianismo tornar-se-ia a religião oficial do Império Romano, sendo imposta a toda a população, abolindo assim todas as práticas politeístas dentro dos domínios do Império.
A importância do 1º Concílio de Constantinopla para a unidade do dogma cristão
O Concílio de Constantinopla (381), foi convocado pelo imperador Teodósio I:
- Retomou os trabalhos de Niceia e ordenou com precisão a organização eclesiástica.
- Reconheceu o primado do bispo de Roma sobre todo o mundo cristão.
- Eliminou o arianismo e pôs o Estado ao serviço da Fé.