quinta-feira, 23 de novembro de 2017

OS REINOS BÁRBAROS



• Francos: estabeleceram-se na região da atual França e fundaram o Reino Franco;

• Lombardos: invadiram a região norte da Península Itálica;
• Anglos e Saxões: penetraram e instalaram-se no território da atual Inglaterra;
• Burgúndios: estabeleceram-se no sudoeste da França;
• Visigodos: instalaram-se na região da Gália, Itália e Península Ibérica;
• Suevos: invadiram e habitaram a Península Ibérica;
• Vândalos: estabeleceram-se no norte da África e na Península Ibérica;
• Ostrogodos: invadiram a região da atual Itália.

O processo das invasões bárbaras foi de grande importância para que o Império Romano e o seu conjunto de valores e tradições passassem por um processo de junção com a cultura germânica. Dessa maneira, a Idade Média, além de ser inaugurada pelo estabelecimento dos reinos bárbaros, também ficou marcada pela mistura de instituições e costumes de origem romana 

O FIM DO MUNDO ANTIGO E A DECADÊNCIA CULTURAL



No processo de invasão e formação dos reinos bárbaros, deu-se ao mesmo tempo, a “barbarização” das populações romanas e a “romanização” dos bárbaros.
Na economia, a Europa adotou as práticas económicas germânicas, voltadas para a agricultura, onde o comércio era de pequena importância.
Apesar de dominadores, os bárbaros não tentaram destruir os resquícios da cultura romana; ao contrário, em vários aspetos, assimilaram-na e revigoraram-na.
Isso deu-se, por exemplo, na organização política. Estes povos, que tinham uma primitiva organização tribal, adotaram parcialmente a instituição monárquica e algumas normas da administração romana.
Muitos povos bárbaros adotaram o latim como língua oficial.
Os novos reinos converteram-se progressivamente ao catolicismo e aceitaram a autoridade da Igreja Católica, à cabeça da qual se encontrava o bispo de Roma.
Com a rutura da antiga unidade romana, a Igreja Católica tornou-se a única instituição universal europeia. Essa situação deu-lhe uma posição invejável durante toda a Idade Média.

OS BÁRBAROS (GERMANOS)

A organização política dos germanos era bastante simples. Em época de paz eram governados por uma assembleia de guerreiros, formada pelos homens da tribo em idade adulta. Essa assembleia não tinha poderes legislativos e as suas funções restringiam-se à interpretação dos costumes. Também decidia as questões de guerra e de paz ou se a tribo deveria migrar para outro local.
Em época de guerra, a tribo era governada por uma instituição denominada comitatus. Era a reunião de guerreiros em torno de um líder militar, ao qual todos deviam total obediência. Esse líder era eleito.



Os germanos viviam de uma agricultura rudimentar, da caça e da pesca. Não tendo conhecimento das técnicas agrícolas, eram semi-nómadas, pois não sabiam reaproveitar o solo esgotado pelas plantações. A propriedade da terra era coletiva e a sociedade era patriarcal, o casamento monogâmico e o adultério punido. O direito era consuetudinário, ou seja, baseava-se nos costumes.
A religião era politeísta e adoravam as forças da natureza.

Em resumo:
- Economia natural, sem moeda.
- Caça, pesca, saques, pastoreio, agricultura rudimentar.
- Propriedade coletiva da terra.
- Divididos em tribos.
- Sem escrita.
- Direito consuetudinário (baseado nos costumes e na oralidade).
- Religião politeísta .

A QUEDA DE ROMA


Entre os principais povos responsáveis pela fragmentação do Império podemos destacar os Visigodos, Ostrogodos, Anglo-Saxões, Francos, Suevos e Vândalos.

Com a invasão dos Hérulos, em 476, o último imperador romano, Rómulo Augusto, foi deposto. Odoacro, chefe dos Hérulos, subiu ao poder. Era o fim do Império Romano do Ocidente. O Império romano do Oriente, ou Bizantino, manteve-se até à conquista de Constantinopla pelos Turcos em 1453 (séc. XV).


O saque de Roma (século V)

“Do Ocidente chega-nos uma notícia assustadora; Roma está cercada. Dizem-nos que os seus cidadãos, que haviam pago um resgate, entregando tudo o que tinham de ouro e prata, foram novamente atacados e depois de perderem seus bens, perderam também a vida. (…) A cidade que havia conquistado o mundo foi ela mesma conquistada. Ou, para dizer melhor, morreu de fome, antes de ser destruída. Quase não sobrou ninguém para ser escravizado. Na sua fome desesperada, os romanos comiam coisas horríveis. E até carne humana.”

São Jerónimo. Transcrito por Zelasco. G. et alii. O. cit. v. p.383. Adaptação.

ÁTILA - O "FLAGELO DE DEUS"




Como são os Hunos (século V)

“Os historiadores antigos mal mencionam os hunos. Eles habitam nas margens do Mar Glacial. A sua ferocidade supera tudo. Não cozinham nem temperam o que comem. Alimentam-se de raízes silvestres ou da carne do primeiro animal que aparece, carne esta que esquentam por algum tempo, sobre o dorso de seu cavalo, entre suas próprias pernas. Não possuem abrigo. Entre eles não se usam casas, nem túmulos. Não encontraríamos nem mesmo uma cabana. Passam a vida percorrendo as montanhas e as florestas. São endurecidos desde o berço contra o frio, a fome e a sede. Mesmo em viagem, não entram em habitação sem necessidade absoluta e não se crêem nunca em segurança.Não têm reis nem governantes, mas obedecem a chefes, eleitos em cada circunstância. Quando se lançam ao combate, soltam no ar uma gritaria terrível.”
Amiano Marcelino, Res gestae. Transcrito por Courcelle, Pierre. História literária das grandes invasões germânicas. Petrópolis, Vozes, 1955, pp. 151-152.


O modo de vida dos Hunos

“O Historiador Amiano Marcelino (320-390), que era oficial do exército romano, descreveu assim algumas características dos hunos: Os hunos têm um modo de vida muito rude. Não cozinham, nem temperam os alimentos. Comem raízes das plantas e carne semicrua de qualquer animal. Vestem-se com tecidos de linho ou com peles de ratos cosidas umas às outras. Depois de vestir as suas roupas, não as tiram do corpo, até que o tempo as desfaça em pedaços. Não possuem casas, nem cabanas, nem constroem túmulos para os seus mortos. Vivem sempre montados nos seus cavalos. É assim que compram e vendem, comem e bebem. Agarrados ao pescoço do cavalo, dormem em sono profundo. Os hunos não se dedicam à agricultura. Passam a vida andando pelas montanhas e florestas. Não têm qualquer forma de organização estável. Parece que estão sempre fugindo nos seus cavalos e carroças.”
Gilberto Cotrin, História e Reflexão. P. 14

AS INVASÕES BÁRBARAS DO SÉCULO V




Numerosos povos bárbaros invadiram a Gália. Toda a região entre os Alpes e os Pirenéus, entre o Oceano e o Reno foi devastada pelos quados, vândalos, sármatas, albanos, gépidos, hérulos, saxões, burgúndios, alamanos e panoianos. O Império está na miséria. Mogúncia, antes uma cidade tão nobre, foi tomada e arruinada; e na sua igreja, milhares de pessoas foram massacradas. Worms foi destruída, depois de um longo cerco. Reims, aquela cidade poderosa, Amiens, Arras, Espira e Estrasburgo, todas viram os seus cidadãos serem levados como escravos. A Aquitânia e as províncias de Lião e Narbona, com exceção de poucas cidades, ficaram inteiramente despovoadas.”

Amiano Marcelino, Res gestae. Transcrito por Robinson, James Harvey. O.cit. V1. pp 44- (Adaptação)

Habitando as regiões fronteiriças do Império Romano, os povos bárbaros foram penetrando os territórios de Roma num processo lento e gradual. Inicialmente, dado o colapso da estrutura militar e as constantes guerras civis, os imperadores romanos realizavam acordos, pelos quais os bárbaros ganhavam o direito de habitar essas regiões. Em troca, eles defendiam a fronteira da invasão de outros povos. Esses primeiros bárbaros, incorporados no mundo romano, ficaram conhecidos como federados.
Nos séculos IV e V este processo de invasão ganhou feições mais conflituosas. Com a pressão exercida pelos Hunos (tártaro-mongóis), liderados pelo temível Átila, os povos bárbaros começaram a intensificar o processo de invasão do Império Romano.

A CRISE DO IMPÉRIO E A SUA DIVISÃO

A crise sócio-económica:

- A diminuição das guerras de conquista e a consequente diminuição do número de escravos, afectou a produção;
- No século III a crise económica atingiu o seu apogeu, as moedas perderam valor e os salários e os preços elevaram-se, provocando o aumento da população marginalizada e uma maior exploração da mão-de-obra escrava, responsável por revoltas sociais, exigindo uma constante intervenção militar.
- A disputa entre generais por maior influência política tendeu a agravar-se com o início das migrações bárbaras.
- Entre 293 e 305, o Imperador Diocleciano dividiu o Império em duas e depois em quatro partes, dando origem à Tetrarquia, numa tentativa de fortalecer a organização política sobre as várias províncias que compunham o império e aumentar o controle sobre os exércitos.
Tetrarquia consistiu na divisão do Império entre dois Augustos e dois Césares: Constâncio Cloro ficou com a zona Ocidental; Maximiano com o território da Itália e boa parte da África setentrional; Galério recebeu a Europa Oriental (Ilíria, Macedónia, Grécia); Diocleciano recebeu o Oriente (territórios asiáticos e o Egipto).
- Durante o governo de Diocleciano e Constantino, várias medidas foram adotadas na tentativa de conter a crise, como a criação de impostos pagos em produtos, congelamento de preços e salários e a fixação do camponês à terra.
- O imperador Constantino foi ainda o responsável pela conciliação entre o Império e o cristianismo, a partir do Édito de Milão (313), que garantia a liberdade religiosa aos cristãos, que até então haviam sofrido intensas perseguições.
- A nova religião foi ainda mais reforçada durante o governo de Teodósio quando, através do Édito de Tessalónica, o cristianismo foi considerado como religião oficial do Império.
A política imperial baseava-se na utilização da Igreja como aliada, na medida em que esta era uma instituição hierarquizada e centralizada e que nesse sentido, contribuiria para justificar a centralização do poder.
- Com a morte do imperador Teodósio I, em 395, o Império Romano foi dividido entre os seus dois filhos: Arcádio, que ficou com o Orientetendo por capital Constantinopla (Bizâncio), e Honório, que ficou com o Ocidentetendo por capital Roma. A partir daí, ocorreu uma progressiva separação entre Ocidente e Oriente.



A desordem política, a anarquia militar e a disseminação do Cristianismo são factores que, somados às Invasões Bárbaras, foram responsáveis pela crise e queda do Império Romano.
As invasões, processo de ocupação realizado pelos bárbaros (também chamados germânicos), povos que eram assim chamados pelos romanos por viverem fora dos territórios do Império e não falarem latim, introduziram as tradições bárbaras e fizeram o mundo feudal surgir lentamente.

A IGREJA E A TRANSMISSÃO DO LEGADO POLÍTICO-CULTURAL


A Igreja romano-cristã continuou o pensamento filosófico antigo, adaptando-o à doutrina cristã e promovendo o seu ensino.


- Os Padres da Igreja, ou mestres da patrística, foram escritores cristãos que definiram, nas suas obras, a doutrina cristã, tornando-a clara e distinta das heresias, do judaísmo, dos cultos pagãos e das conceções filosóficas greco-romanas (exs: Tertuliano, Gregório de Nisa, João Crisóstomo); alguns foram estudiosos da filosofia clássica e do Direito Romano, pondo estes conhecimentos ao serviço da Igreja, permitindo assim que a cultura clássica não se perdesse (exs: S. Jerónimo, Sto. Agostinho, Sto. Ambrósio).



- Através do ensino também foi possível que o legado clássico chegasse até nós através: do ensino dos sofistas; do ensino da retórica; da produção de obras literárias de estilo clássico, como panegíricos de imperadores, discursos de circunstância, escritos de natureza política, etc. (muitos mestres foram conselheiros de imperadores).

O IMPÉRIO ROMANO-CRISTÃO

O papel do Imperador Constantino na afirmação do Cristianismo no Império Romano

Constantino (272 – 337; governou de 324 a 337) entrou na História como o primeiro imperador romano a professar o cristianismo, na sequência da sua vitória sobre Maxêncio na Batalha da Ponte Mílvio, em 28 de Outubro de 312, perto de Roma, que ele mais tarde atribuiu ao Deus cristão: segundo a tradição, na noite anterior à batalha sonhou com uma cruz, e nela estava escrito em latim “In hoc signo vinces” (“sob este símbolo vencerás”), e de manhã, um pouco antes da batalha, mandou que pintassem uma cruz nos escudos dos soldados e conseguiu uma vitória esmagadora sobre o inimigo. Esta narrativa tradicional não é hoje considerada um facto histórico, tratando-se antes da fusão de duas narrativas de factos diversos encontrados na biografia de Constantino pelo bispo Eusébio de Cesareia.

No entanto, é certo que Constantino era atraído pela religiosidade e pelas práticas piedosas – ainda que se tratasse da piedade ritual do paganismo: o Senado Romano, ao erguer em honra a Constantino o seu arco do triunfo, o Arco de Constantino, fez inscrever sobre este que a sua vitória se devia à “inspiração da Divindade” (instinctu divinitatis mentis), o que certamente ia de encontro às ideias do próprio imperador.

Até um período muito tardio do seu reinado, no entanto, Constantino não abandonou claramente a sua adoração ao deus imperial Sol, que manteve como símbolo principal das suas moedas até 315. Só após 317 é que ele passou a adotar lemas e símbolos cristãos, como o “chi-rô”, emblema que combinava as duas primeiras letras gregas do nome de Cristo (“X” e “P” sobrepostos).
Aquando da sua entrada solene em Roma em 312, Constantino recusou-se a subir ao Capitólio para oferecer culto a Júpiter, atitude que repetiria nas suas duas outras visitas solenes à antiga capital para a comemoração dos jubileus do seu reinado, em 315 e 326.
Fonte: Wikipédia

Resumo:


- Em 313 publicou o Édito de Milão – concede a liberdade de culto e a igualdade de direitos aos Cristãos, decretando a restituição dos bens, anteriormente confiscados, à Igreja. Os Cristãos deixaram a clandestinidade das reuniões e passaram a fazê-lo nas suas basílicas.

- Em 325 convocou um concílio ecuménico – o Concílio de Niceia: condenou as heresias donatista e ariana, instaurou o cesaropapismo (supremacia do Estado sobre a Igreja) e determinou o carácter universal do Cristianismo.

- Favoreceu e enriqueceu a Igreja, inseriu na legislação imperial os princípios da moral cristã e no final da vida chegou a aceitar o batismo.


A importância do Concílio de Niceia para a Fé e para a Igreja Católica

- Foi o 1º Concílio ecuménico, convocado por Constantino para pôr ordem na organização da Igreja.


- Condenou o arianismo e definiu o Credo (dogma) da Fé Cristã.


- Instaurou um sistema de relações entre a Igreja e o Estado, o cesaropapismo, defendendo a supremacia do poder político (do Imperador) sobre o religioso (da Igreja Católica), o que irá originar conflitos ao longo da História.

- Afirmou o carácter católico e universal do Cristianismo.


- Definiu a organização hierárquica da Igreja Cristã, afirmando-se esta como uma única comunidade dos fiéis, depositária da Doutrina da Salvação.


O papel do Imperador Teodósio na afirmação do Cristianismo no Império Romano


Teodósio nasceu em Espanha por volta de 346 e morreu em Milão em 17 de Janeiro de 395. O Cristianismo torna-se a religião oficial do Império Romano, com o Imperador Teodósio (Édito de Tessalónica).

Proibição dos demais cultos em 395.

Proibiu também os Jogos Olímpicos, considerados pagãos.

Inicialmente, o imperador detinha o controlo da Igreja.


A decisão não foi aceite unanimemente por todo o Império; o paganismo ainda tinha um número muito significativo de adeptos. Uma das medidas de Teodósio I para que a sua decisão fosse ratificada foi tratar com rigidez aqueles que se opuseram a ela. O massacre de Tessalónica, devido a uma rebelião pagã, deixou clara esta posição do imperador. Pelo Édito de Tessalónica, em 391 d.C., o Imperador Teodósio estabeleceu que o Cristianismo tornar-se-ia a religião oficial do Império Romano, sendo imposta a toda a população, abolindo assim todas as práticas politeístas dentro dos domínios do Império.


A importância do 1º Concílio de Constantinopla para a unidade do dogma cristão


O Concílio de Constantinopla (381), foi convocado pelo imperador Teodósio I:

- Retomou os trabalhos de Niceia e ordenou com precisão a organização eclesiástica.

- Reconheceu o primado do bispo de Roma sobre todo o mundo cristão.

- Eliminou o arianismo e pôs o Estado ao serviço da Fé.

domingo, 19 de novembro de 2017

PREPARAR O TESTE - MATRIZ TESTE 2

Duração: 90 minutos

Conteúdos
Objetivos/Competências
Estrutura e Cotações
Critérios de correção (gerais)
         O modelo romano

2.1 Roma, cidade
ordenadora do império
urbano
- O poder imperial
- O culto ao imperador
- A progressiva extensão da cidadania




2.2 A afirmação imperial de uma cultura urbana pragmática
- A padronização do urbanismo
- A fixação de modelos artísticos: a arquitetura





3.2 Prenúncios de uma nova geografia política
- O Império em crise
- A divisão do Império
- Os bárbaros no Império e as grandes invasões

 

Reconhecer os fatores de coesão do Império;
 
Distinguir os diferentes poderes do Imperador;

Interpretar a extensão do direito de cidadania romana como um processo de integração da pluralidade de regiões sob a égide do Estado Imperial


Distinguir formas de organização do espaço nas cidades do Império tendo em conta as suas funções cívicas, políticas e culturais

Caracterizar as inovações arquitetónicas e os elementos de influência helénica






Distinguir os problemas político-militares que afetavam o império

Descrever a situação político-militar vivida pelo Império neste período


 
Identificar, clarificar e aplicar de forma correta os conceitos: Império; Urbanismo; Pragmatismo.



GRUPO I
5 questões de resposta obrigatória (80 pontos)







GRUPO II
4 questões de resposta obrigatória, onde se inclui o item de desenvolvimento (80 pontos)






GRUPO III
3 questões de resposta obrigatória (40 pontos)
 
TOTAL= 200 pontos
Relevância relativamente à questão formulada no item;

Rigor na interpretação dos documentos. apresentados;

Adequação da resposta à questão apresentada;

Domínio da terminologia específica da disciplina;

Correção da expressão escrita (ortografia e sintaxe);

Utilização dos documentos apresentados.

sexta-feira, 17 de novembro de 2017

VESTÍGIOS ARQUEOLÓGICOS MAIS PERTO DE NÓS








CONÍMBRIGA



Nos últimos anos antes de Cristo, os romanos apoderaram-se do Castro de Conímbriga e fundaram aqui uma cidade. Não há muitas informações sobre a população que os romanos encontraram. Porém à escassez destes, opõem-se abundantes vestígios do período romano e dos que se lhe seguiram. Os romanos adaptaram o seu urbanismo geométrico à povoação pré-existente e construíram um aqueduto, um forum, termas... Dotaram a cidade de casas ricamente construídas e decoradas , as domus, com avançados sistemas de canalização e esgotos e também de bairros habitacionais e comerciais, as insulae. A cidade foi toda demarcada por uma vasta muralha.


Com a passagem de civitates a municipium, por volta de 70-80, a cidade foi enobrecida, o forum foi ampliado e consagrado ao culto imperial e as termas foram substituídas por outras de maior grandeza.
No século III, surgem rumores de ataques ao Império por parte dos povos bárbaros. Em Conímbriga constrói-se uma muralha que corta parte da cidade. Esta muralha tem um objectivo claramente defensivo e na sua construção foram utilizados materiais retirados de edifícios abandonados.
A cidade sobrevive até finais do século VI, mas acaba por sucumbir às mãos dos bárbaros e da falta de água, transferindo-se a sede de bispado, que entretanto se instalara após a oficialização do cristianismo como religião oficial do Império, para Aeminium. O próprio nome se desloca e transforma-se em Colimbria e, mais tarde, em Coimbra.

Numa visita destaca-se:
forum é um conjunto monumental constituído por uma série de construções com funções específicas - praça pública, templo, mercado, tribunal ... - construído no tempo do Imperador Augusto. Coexistiu com o bairro indígena, cujos vestígios ainda se podem observar a norte do templo sob estruturas actuais. O segundo forum data dos finais do século I. Foi em parte construído sobre o anterior e dedicou-se exclusivamente à função religiosa do culto imperial.





Esta tentativa de reconstrução do forum permite ter uma ideia das proporções do espaço e da altura das colunas dos pórticos.



O centro monumental das termas do Sul: são duas construções sobrepostas. Trata-se de um balneário do tempo de Augusto com frigidário (frigidarium), tepidário (tepidarium) e caldário (caldarium) e outros banhos maiores do período entre Flávio e Trajano, onde sobressaiem a piscina (natatio) e o ginásio (palestra).




A reconstrução da natatio.





Este era o espaço da palestra antes desta reconstrução, que apesar de parecer bem na foto, deixa muito a desejar.



Tanque (muito provavelmente de água quente - caldarium) das antigas termas.








A Casa de Cantaber é a maior domus de peristilo central de Conímbriga apresentando, inclusivé, banhos
privados.


 .

Vejam só a extensão da "moradia" nesta vista aérea, bem encostadinha à muralha



A muralha e as casas junto a esse setor da cidade




Altas muralhas de 6 metros de altura e 4 metros de grossura!

O setor junto ao aqueduto, onde se pensa terem existido lojas e e até uma estalagem que dava apoio aos que estavam de passagem na estrada para Aeminium


Casa dos Repuxos: casa de peristilo central com lago ajardinado, construída na primeira metade do século II. Pena os repuxos estarem desligados.





Vista aérea da Casa dos Repuxos andes de ser coberta pela estrutura metálica protetora


Um exemplo dos bonitos mosaicos, feitos com pequenos cubos (tesselas) de calcário, mármore ou vidro. Existem mosaicos geométricos, florais e figurativos.



Esta é uma vista do site arqueológico em que podemos observar a sua localização privilegiada no topo de um promontório rochoso, bem como a área escavada atualmente. Como podemos ver, a grande maioria do terreno está por escavar. Que mais vestigios ainda se poderão encontrar sob toda aquela terra?



 Uma visita a Conímbriga não podia estar completa sem uma visita ao respetivo Museu Monográfico



Além de conhecermos os materiais aí expostos, também apreciamos o bonito arranjo paisagístico do 
exterior.





E temos a possibilidade de visitar a reconstrução do peristilo de uma domus romana

VISITAR MÉRIDA

Como não nos podemos deslocar a Espanha para visitar os vestígios da capital da província romana da Lusitânia (Emérita Augusta), aqui ficam algumas imagens para poderem apreciar a sua monumentalidade.
Várias perspectivas do fantástico teatro, onde hoje ainda se realiza o Festival de Teatro Clássico de Mérida, no Verão entre Junho e Julho;



Os monumentais aquedutos que transportavam a água para o abastecimento da cidade;



O que resta do circo;

Diferentes perspectivas do anfiteatro;



O que resta de uns sanitários públicos nas imediações do anfiteatro e do teatro;


A imponente ponte romana sobre o Guadiana, que teve circulação automóvel até há bem pouco tempo atrás;


Perspectiva do fabuloso Museu Romano de Mérida;