Como são os Hunos (século V)
“Os historiadores antigos mal mencionam os hunos. Eles habitam nas margens do Mar Glacial. A sua ferocidade supera tudo. Não cozinham nem temperam o que comem. Alimentam-se de raízes silvestres ou da carne do primeiro animal que aparece, carne esta que esquentam por algum tempo, sobre o dorso de seu cavalo, entre suas próprias pernas. Não possuem abrigo. Entre eles não se usam casas, nem túmulos. Não encontraríamos nem mesmo uma cabana. Passam a vida percorrendo as montanhas e as florestas. São endurecidos desde o berço contra o frio, a fome e a sede. Mesmo em viagem, não entram em habitação sem necessidade absoluta e não se crêem nunca em segurança.Não têm reis nem governantes, mas obedecem a chefes, eleitos em cada circunstância. Quando se lançam ao combate, soltam no ar uma gritaria terrível.”
Amiano Marcelino, Res gestae. Transcrito por Courcelle, Pierre. História literária das grandes invasões germânicas. Petrópolis, Vozes, 1955, pp. 151-152.
“O Historiador Amiano Marcelino (320-390), que era oficial do exército romano, descreveu assim algumas características dos hunos: Os hunos têm um modo de vida muito rude. Não cozinham, nem temperam os alimentos. Comem raízes das plantas e carne semicrua de qualquer animal. Vestem-se com tecidos de linho ou com peles de ratos cosidas umas às outras. Depois de vestir as suas roupas, não as tiram do corpo, até que o tempo as desfaça em pedaços. Não possuem casas, nem cabanas, nem constroem túmulos para os seus mortos. Vivem sempre montados nos seus cavalos. É assim que compram e vendem, comem e bebem. Agarrados ao pescoço do cavalo, dormem em sono profundo. Os hunos não se dedicam à agricultura. Passam a vida andando pelas montanhas e florestas. Não têm qualquer forma de organização estável. Parece que estão sempre fugindo nos seus cavalos e carroças.”
Gilberto Cotrin, História e Reflexão. P. 14
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