Estado da Índia é o termo dado ao conjunto de feitorias e cidades fortificadas que se estende de Sofala a Macau.
A sua direção política assenta na autoridade dos governadores ou vice-reis, que têm como principais funções a direção de armadas, a defesa e ocupação de praças (fortalezas e respetivos territórios sob o seu domínio), a nomeação e comando de quadros militares e administrativos, a distribuição de missões de exploração e a organização de atividades económicas.
D. Francisco de Almeida, 1º vice-rei do Estado da Índia |
Afonso de Albuquerque é o grande criador do império comercial português do Oriente. Depois de uma primeira missão na Índia (1503-1504), regressa em 1506, e entre 1509 e 1515, como governador, realiza o seu projeto político.
A conquista de Goa (1510), Malaca (1511) e Ormuz (1515) correspondem à tentativa de domínio estratégico das grandes rotas comerciais marítimas do Índico, da Insulíndia (os arquipélagos da Malásia) e do golfo Pérsico.
Localização da Insulíndia |
O conhecimento português da costa da Arábia nasce com a viagem de Vicente Sodré em 1503. As tentativas, que nunca resultaram, para fechar a rota muçulmana do Levante começam com Afonso de Albuquerque em 1507.
A cidade de Ormuz, situada na ilha à entrada do golfo Pérsico, é um importante centro comercial e estratégico entre a Pérsia-Arábia e o Malabar.
Costa do Malabar - sudoeste da Índia |
Por Ormuz passam produtos como cavalos da Arábia e da Pérsia, veludos, sedas, tapetes e pérolas. Na cidade cunham-se os preciosos xerafins, moeda muito apreciada na Índia.
Localização de Ormuz à entrada do golfo Pérsico |
Em 1507, Afonso de Albuquerque obriga Ormuz a prestar vassalagem ao rei de Portugal e inicia a construção de uma fortaleza, concluída em 1515.
Goa, grande centro cosmopolita e mercantil, é a capital do Estado da Índia.
A cidade apresenta uma rica arquitetura portuguesa, destacando-se o Hospital Real de Todos os Santos, a Sé, a Rua Direita e várias igrejas.
Vista de Goa em 1509 |
Goa é um dos pólos de evangelização na Ásia. Diocese desde 1533, alberga várias ordens religiosas, como os jesuítas, desde 1542.
A vida social é dominada pela aristocracia portuguesa e por uma atmosfera de sincretismo (fusão) cultural luso-indiano, patente na política de casamentos entre portugueses e indianas incentivada por Afonso de Albuquerque.
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