segunda-feira, 2 de abril de 2018

A EXPLORAÇÃO DA COSTA AFRICANA

O conhecimento do litoral africano nasce com a passagem do cabo Não e com o dobrar do cabo Bojador (1434) por Gil Eanes.
A exploração geográfica e económica da Guiné inicia-se nas décadas de 40 e 50 do século XV. Por volta de 1448 estabelece-se uma feitoria em Arguim e em 1460 alcança-se a Serra Leoa (limite das navegações na fase henriquina). 
As caravelas que realizam estas viagens partem sobretudo de Lagos. É a partir desta região algarvia que o infante D. Henrique controla as atividades marítimas e económicas, de que detinha o monopólio desde 1443. O comércio é muito lucrativo obtendo-se ouro, escravos, marfim, malagueta e outros produtos por troca com tecidos, trigo, objetos de cobre e latão, cavalos e sal.


O descobrimento das ilhas de Cabo Verde inicia-se entre 1456 e 1460 e o seu povoamento em 1462. Santiago torna-se o grande centro do comércio de escravos e de outros produtos da região costeira da África Ocidental.
A data do descobrimento de S. Tomé e Príncipe é incerta, podendo ter ocorrido entre 1471 e 1475. A sua principal riqueza é a produção açucareira.
D. João II promove a exploração do litoral africano a sul do Equador de modo a alcançar a ligação Atlântico-Índico.

D. João II
Cerca de 1482, Diogo Cão descobre o rio Zaire e envia emissários ao rei do Congo para obter informações sobre a região. Nesta primeira viagem atinge o cabo de Santa Maria, 150 km a sul de Benguela, julgando estar próximo o extremo sul da África. Em 1485 realiza uma segunda viagem de exploração, alcançando a serra Parda. 
Em 1487, D. João II, na continuidade do seu projeto, envia Bartolomeu Dias com três navios em busca do desejado extremo sul da África e da ligação Atlântico-Índico.
A expedição alcança o seu objetivo ao ultrapassar o cabo da Boa Esperança (a 3 de fevereiro de 1488 atinge a Angra dos Vaqueiros). Ao saber do feito, D. João II, no dizer de João de Barros, chamou-lhe "cabo de Boa Esperança, pela que ele prometia deste descobrimento da Índia, tão esperada e por tantos anos requerida".
Cabo da Boa Esperança
O litoral da África Oriental começa a ser conhecido pelos portugueses a partir da primeira viagem de Vasco da Gama à Índia (1497-99). A sua armada percorre vários pontos da costa desde o Natal a Melinde, passando por Inharrime, Quelimane, ilha de Moçambique e Mombaça.
A partir dos primeiros anos do século XVI ocupam-se vários pontos estratégicos, sendo a ilha de Moçambique o mais importante. Aí se constrói uma primeira fortaleza, em 1507, tendo como objetivo o apoio à Carreira da Índia e ao comércio africano.


Os portugueses tomam conhecimento, através dos contactos comerciais com os muçulmanos, da produção de ouro no interior, em especial no reino do Monomotapa, bem como das vias do seu escoamento para Sofala e Angoche.

Em Setembro de 1505 começa a funcionar a feitoria portuguesa de Sofala, onde se troca o ouro por panos europeus e orientais.



Desde o tempo do infante D. Henrique que os portugueses procuram contactar com o reino do Preste João, potência cristã cercada pelo mundo islâmico.
Cerca de 1492, Pêro da Covilhã chega, por terra, ao reino do Preste João, na Etiópia, mas as relações diplomáticas de Portugal com esse reino só se iniciam com a embaixada de D. Rodrigo de Lima (1520-26).

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