quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

MATRIZ DO TESTE

Conteúdos
Objetivos/ Competências
Estrutura e Cotações

2 –  O ESPAÇO PORTUGUÊS – A CONSOLIDAÇÃO DE UM REINO CRISTÃO IBÉRICO



- A fixação do território
- O país rural e senhorial
- O país urbano e concelhio
- O poder régio, fator estruturante da coesão interna do reino


1.       Identificar as diferentes fases do processo de Reconquista.
2.       Reconhecer o termo da Reconquista e o estabelecimento definitivo de fronteiras.
3.       Caracterizar o país urbano e concelhio.
4.       Reconhecer as características do urbanismo medieval.
5.       Caracterizar a organização concelhia.
6.       Reconhecer o senhorio enquanto quadro organizador da vida económica e social.
7.       Caracterizar as especificidades do senhorio.
8.       Reconhecer o poder senhorial.
9.       Caracterizar a exploração económica do senhorio.
10.   Identificar as comunidades rurais dependentes.
11.   Explicar o combate à expansão senhorial por parte dos monarcas portugueses.

Identificar, clarificar e aplicar de forma correta os conceitos trabalhados: Reconquista/Vassalidade/imunidade/mesteiral/concelho/
Carta de foral


GRUPO I
5 Questões de resposta obrigatória (130 pontos), onde se inclui o item de desenvolvimento.

GRUPO II
3 Questões de resposta obrigatória (70 pontos).







TOTAL = 200 pontos





















Critérios gerais de correção:

- Relevância relativamente à questão formulada no item.

- Rigor na interpretação dos documentos apresentados.

- Adequação da resposta à questão proposta.

- Domínio da terminologia específica da disciplina.

- Correção da expressão escrita (ortografia e sintaxe).

 - Utilização dos documentos apresentados.

terça-feira, 30 de janeiro de 2018

SUGESTÃO DE FIM DE SEMANA

Para quem quiser fazer um passeio com a família, ao fim de semana ou durante as interrupções letivas que se aproximam (Carnaval e Páscoa), recomenda-se a vila de Óbidos e o Mosteiro de Alcobaça. Na visita ao Mosteiro de Alcobaça destaca-se a sua fachada (do século XVIII), onde ainda são reconhecíveis as características góticas do edifício primitivo: a rosácea e o portal de arcos ogivais.



Depois, já no interior, admiramos a Igreja com planta em cruz latina, com as naves central e laterais abobadadas que nos dão uma sensação de amplo espaço, iluminada com uma belíssima luz coada através das janelas rasgadas nas paredes e da rosácea.

Na abside circular passamos pelas capelas, mas o que nos chama a atenção é o portal manuelino da sacristia que sobreviveu ao terramoto de 1755.


Dentro da Igreja observamos ainda os túmulos dos reis D. Afonso II e D. Afonso III e, numa sala lateral, os de D. Beatriz (mulher de Afonso III) e de três dos seus filhos, bem como o de D. Urraca, primeira mulher de Afonso II. No transepto podemos admirar os túmulos de D. Pedro I e de D. Inês de Castro, duas verdadeiras obras primas da escultura gótica portuguesa.
Depois passamos ao claustro medieval, também conhecido como claustro de D. Dinis ou claustro do Silêncio (onde era proibido conversar naquele tempo).



O segundo piso só foi adicionado ao claustro mais tarde, no reinado de D. Manuel I - e tem gárgulas...



Entre dormitório, parlatório e sala do capítulo, podemos visitar o refeitório dos monges. Era no púlpito que o monge leitor lia textos da Ordem durante as refeições. Os monges sentavam-se com os rostos virados para a parede e tomavam a refeição em silêncio. O abade era o único que se sentava virado para a frente e observava a sala. Numa das paredes encontra-se uma pequena abertura de dois metros de altura por 32 cm de largura e reza a lenda que se destinava ao controle do peso dos monges (uma vez por mês, os monges tinham de passar por essa porta, o que só era possível fazer de lado; se por causa do excesso de peso os monges não conseguissem passar pela abertura, eram obrigados a fazer dieta.
Por volta do século XVII foi construída a cozinha nova, sendo levantada no local uma lareira com  25 metros de altura, ideal para assar animais de grandes proporções (também, depois da abstinência de carne durante tantos séculos ... os monges quiseram a desforra). Uma cozinha de tão grandes dimensões destinava-se a alimentar muita gente (segundo alguns cálculos, mais de 500), sabendo-se que em 1762 existiam em Alcobaça 139 monges brancos, sem contar com noviços e irmãos leigos.
Por baixo do chão da cozinha corre uma conduta da Levada, um braço artificial do rio Alcoa. A água sai diretamente na cozinha por uma fenda e desemboca numa bacia inserida no chão, de onde se retirava a água. Muito engenhoso e digno de admiração.





Recomendo começar a visita a Óbidos com uma subida (sofrida e suada) às muralhas da vila... Pensem nos "desgraçados" que tinham por obrigação fazer o caminho de ronda várias vezes quando estavam de vigia!!!

Uma perspectiva da vila e, em destaque, a alcáçova.




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Depois é altura de partir à descoberta de Óbidos e encontrar recantos verdadeiramente fantásticos!






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sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

ÓBIDOS



Óbidos surge na História de Portugal no contexto da Reconquista Cristã.
D. Afonso Henriques e as suas tropas, após a conquista de Santarém e Lisboa (1147), encontraram grande resistência para conquistar a povoação e o castelo, o que veio a acontecer em 1148.
No reinado de D. Sancho I foram realizadas obras no castelo (conforme inscrição epigráfica na Torre do Facho), tendo a vila recebido Carta de Foral em 1195.
D. Afonso II doou a povoação e o respetivo castelo a D. Urraca, sua esposa (1210).
A povoação e o castelo mantiveram-se fiéis a D. Sancho II, aquando da crise da sua deposição, o que valeu à vila o epíteto de mui nobre e sempre leal, que figura, até hoje, no seu brasão de armas.
Foi doada, como presente de casamento, por D. Dinis à rainha Santa Isabel, passando a vila, desde aí, a integrar o dote de todas as rainhas de Portugal até 1834.
A Torre de Menagem do castelo foi mandada construir por este rei.
Durante o contexto da crise de 1383-85, o alcaide tomou o partido de D. Beatriz e o castelo só foi entregue a D. João I por Vasco Gonçalves Teixeira após a morte do alcaide seu pai, na Batalha de Aljubarrota (1385).
No reinado de D. João II (1481-1495), a rainha D. Leonor escolheu a povoação para residir, sendo grande apreciadora das águas termais da região (Caldas da Rainha).
D. Manuel I, em 1513, doou um novo foral a Óbidos.
O pelourinho da vila, apresenta numa das faces o escudo com as armas reais e na outra o camaroeiro, símbolo de D. Leonor. Nele, no passado, eram expostos e castigados os delinquentes 

quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

VAMOS TRABALHAR

Correção da ficha realizada na aula:

1. Senhorio laico ou honra pertence à nobreza e senhorio eclesiástico ou couto pertence ao clero.

2. Sim, porque no couto de Alcobaça o abade e os monges tinham poder sobre a terra e sobre as pessoas que lá viviam. Era uma terra imune na qual o rei não tinha qualquer poder.

3. Os monges cobravam rendas, taxas, multas e impostos, aplicavam a justiça e administravam todo o território.

4. Agricultura, pesca, salinicultura, mineração, metalurgia (trabalho do ferro em forja) silvicultura e comércio (exportava vinho, sal, azeite, azeitona, frutos secos e madeira).

5. D. Afonso Henriques mostrava-se bom cristão, generoso para com as ordens religiosas, para que o clero o apoiasse junto do Papado para que este reconhecesse Portugal como reino independente perante toda a Cristandade.

6. Foi aqui que se criou uma das primeiras escolas públicas do ocidente, reunindo professores, alunos e conhecimento que viriam a dar origem à universidade (aquando da sua transferência para Coimbra).

sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

UM COUTO - O EXEMPLO DE ALCOBAÇA




A Real Abadia de Alcobaça (ou Real Abadia de Santa Maria de Alcobaça) foi um senhorio eclesiástico com um território de quase 500 km², situado entre a Serra dos Candeeiros e o Atlântico, tendo a sua sede no Mosteiro de Alcobaça. Estas terras foram doações régias de D. Afonso Henriques ao abade da Ordem de Cister, Bernardo de Claraval (carta de couto do ano de 1153). Ao longo de vários séculos, a abadia foi um centro espiritual do país, com grande autonomia, o seu abade foi um dos mais altos conselheiros do rei.


Segundo reza a lenda, aquando da Reconquista, D. Afonso Henriques prometera construir um mosteiro em homenagem à Virgem Maria, caso ele conseguisse conquistar aos mouros a importante fortaleza de Santarém. Em 1147, deu-se finalmente a vitória, tendo D. Afonso Henriques cumprido o prometido, oferecendo o território de Alcobaça a Bernardo de Claraval (estes acontecimentos encontram-se documentados nos azulejos azuis das paredes da Sala dos Reis do Mosteiro que datam do século XVIII).
Em 1178, os cistercienses iniciaram a construção do Mosteiro, tornando-se este um dos mais ricos e poderosos da Ordem de Cister.
Quando em 1147, conquistou Lisboa, Sintra, Almada Palmela aos mouros o reconhecimento da independência de Portugal era quase certo. Contudo, o reconhecimento do Papa chegou somente no ano de 1179 através da bula “Manifestis Probatum” de Alexandre III (na Sala dos Reis do Mosteiro encontra-se representada a coroação imaginária de D. Afonso Henriques por Bernardo de Claraval e pelo Papa Inocêncio II (1130 - 1143) num grupo de figuras de barro em tamanho real que datam do século XVIII).
A entrega aos mosteiros de terras conquistadas aos mouros durante a Reconquista correspondia a uma política de povoamento geral, destinada a pacificar o território ocupado e a converter os novos súbditos. Desta forma, na luta pela independência, D. Afonso Henriques entregou em 1127 Vimieiro à congregação beneditina de Cluny; em 1128 entregou Soure aos Templários; em 1131, fundou o Mosteiro de Santa Cruz em Coimbra; entregou Tomar aos Templários em 1159 bem como, em 1169, um terço do território conquistado no Alentejo. E outras doações se seguiram.
Doze monges cistercienses e um abade tomaram posse do terreno pertencente ao Mosteiro e construíram, a poucos metros do atual Mosteiro e junto ao rio Alcoa, a abadia provisória de Santa Maria. Quando, no ano de 1178, foram iniciadas as obras de construção da igreja e das primeiras divisórias do Mosteiro, o território ainda não se encontrava pacificado, sendo a construção atrasada pelas investidas dos mouros. No massacre de 1195, muçulmanos vindos de Marrocos, penetraram em terras cristãs e assaltaram o Mosteiro em construção, tendo morto os 95 monges que aí se encontravam a trabalhar. Só no dia 6 de Agosto de 1223, os monges abandonaram a velha abadia, mudando-se para o novo Mosteiro. O túmulo do terceiro rei de Portugal, D. Afonso II, falecido em 1223, foi acolhido nesta igreja em 1224. Contudo, as obras só terminariam em 1240, dando-se a consagração em 1252.
O território cedido aos cistercienses e que, anteriormente, tinha pertencido aos mouros, provavelmente não tinha sido utilizado para a agricultura, devido às inúmeras guerras que se passavam nesse local. Os monges iniciaram de imediato o seu povoamento através da criação de granjas habitadas por colonos obrigados a prestar contas à abadia. O abade de Alcobaça tinha o privilégio de poder tomar decisões judiciais sem a confirmação do rei, pelo que alguns fugitivos e alguns criminosos encontravam aqui protecção.
Deste modo, os monges cultivavam e povoavam rapidamente as terras, possuindo um grande poder.
No século XIII, o Mosteiro possuía dois portos (Alfeizerão/São Martinho do Porto situados na Lagoa de Alfeizerão, e Pederneira, hoje uma parte da Nazaré), possibilitando aos monges a prática da pesca, a exportação de vinho e de sal, extraído das salinas da lagoa que existia desde a Pederneira (Nazaré) até poucos quilómetros de Alcobaça. Mais tarde, exportavam azeitonas e azeite, nozes, frutos secos e madeira. Em 1368 e em 1374, por meio de uma doação do rei D. Fernando, o domínio da abadia foi ainda mais alargado com novos territórios. Devido à grande experiência dos monges, os reis pediam-lhes o seu auxílio para a secagem de pauis noutras zonas do território português. Em troca desse auxílio a abadia recebia feudos.
O sucesso económico trouxe consigo uma considerável afluência populacional, o que obrigava a um permanente alargamento das instalações do Mosteiro. Até ao início do século XV, os monges desenvolveram uma grande atividade, cultivando as terras e desenvolvendo a agricultura, dedicando-se à pesca, extraindo sal e ferro, desenvolvendo a arte de forjar, promovendo o artesanato e educando os colonos. Os primeiros monges, monges brancos, tiveram uma acção civilizadora notável: em 1269, criaram uma das primeiras escolas públicas do ocidente, cuja transferência, em 1290, para Coimbra, deu origem à Universidade de Coimbra. Também tiveram um grande incremento as oficinas de imaginária da Abadia e desenvolveram-se ações de assistência e beneficência através da enfermaria.
O abade de Alcobaça era membro das cortes, era o padre principal do rei, tornando-se numa das pessoas mais importantes do reino e tinha o título de Dom Abade do Real Mosteiro de Alcobaça, do Conselho de Sua MajestadeEsmoler-Mor, Donatário da CoroaSenhor dos Coutos e Fronteiro-Mor. No seu território a abadia não era obrigada a recrutar tropas para o rei.
A partir de 1475, o Mosteiro, que sempre elegeu autonomamente os seus abades, encontrou-se sob a influência de abades colocados pelo rei (os abades comendatários). Em 1531 Afonso de Portugal (1509-1540), o quarto filho do rei D. Manuel I e irmão do futuro rei D. João III (1502-1557), tornou-se abade de Alcobaça, sendo simultaneamente bispo de Lisboa e cardeal. Após a sua morte, D. João III proclamou o seu irmão Henrique (1512-1580) abade, que era, igualmente, arcebispo de Lisboa bem como inquisidor-mor de Portugal, tornando-se, mais tarde, cardeal. Dois anos antes da sua morte, o cardeal D. Henrique foi proclamado rei de Portugal. Esta ligação íntima do cardeal com a Casa Real - que escolhia o abade há mais de 50 anos -, levou, no ano de 1567, a que o Papa Pio V decretasse numa bula a independência da Ordem dos Cistercienses em Portugal.
A Congregação Autónoma dos Cistercienses de São Bernardo de Alcobaça tornou-se dirigente de todos os mosteiros cistercienses portugueses. Tanto a Ordem de Avis como a Ordem de Cristo, a sucessora da Ordem dos Templários em Portugal, estavam subordinados à sua jurisdição.
Após a Restauração da Independência (1640), o Mosteiro sofreu um alargamento (dois novos claustros) e profundas alterações, sendo, nessa altura, construída a cozinha nova que ainda hoje impressiona. A partir de 1702, o Mosteiro recebeu a sua magnífica fachada barroca, tendo a igreja obtido os seus dois campanários. Em 1755, a construção terminou com a criação da Biblioteca, sendo esta, naquela época, uma das maiores da Península Ibérica. O facto de ter sido criada deve-se ao surgimento de inúmeros monges cronistas e historiadores (como Frei Bernardo de BritoFrei António Brandão e Frei Fortunato de São Boaventura). Estes monges tornaram-se conhecidos como Cronistas de Alcobaça. Eles publicaram durante séculos a Monarchia Lusitana, uma obra que tratava da História de Portugal.
O Mosteiro foi pilhado pela população em 1833 (no contexto das lutas liberais) tendo desaparecido muitos objectos utilitários, de culto e de arte e uma grande parte do acervo da Biblioteca, cujos restos só alguns anos depois puderam ser transferidos para a Biblioteca Nacional em Lisboa. Depois disso, em 1834 decretou-se o encerramento dos mosteiros, revertendo as suas riquezas a favor do Estado. Muros foram derrubados, o pelourinho eliminado, na ala sul do Mosteiro foram criadas habitações e a parte norte passou a ser utilizada por serviços públicos e pelo comércio. O refeitório, existente desde os tempos da Idade Média, foi transformado numa sala de teatro em 1840, existindo até ao ano de 1929. No claustro mais recente, o Claustro da Biblioteca ou Claustro do Rachadoiro, foi inserida uma arena destinada a touradas (1866/68). As partes mais recentes do Mosteiro passaram a ser utilizadas pela cavalaria, transformando-se mais tarde num lar para deficientes e idosos. Os edifícios do Mosteiro entraram em decadência. Só a partir de 1929, o Estado, com a ajuda dos serviços responsáveis pelos monumentos, começou a reparar a Igreja e o Mosteiro, restituindo-lhes o seu aspecto original. Nos anos 1990, a ala sul do Mosteiro passou novamente para o domínio do estado e os dois claustros, juntamente com as suas construções datadas dos séculos XVI a XVIII, foram restituídos, apenas, em 2003. A igreja e a parte medieval foram considerados património mundial pela UNESCO em 1989.

Agora tentem responder a estas questões sobre o Mosteiro de Alcobaça:

1 - O que distingue um senhorio laico de um senhorio eclesiástico?
2 - Podemos considerar a Abadia de Alcobaça um senhorio? Justifique.
3 - Que poderes e direitos tinham os monges de Alcobaça nos seus extensos domínios?
4 - Discrimine as atividades económicas praticadas nos coutos de Alcobaça.
5 - Como se explica a generosidade de D. Afonso Henriques para com as ordens religiosas?
6 - Explique a importância cultural da Abadia de Alcobaça.


Para todos os que tiverem curiosidade, podem fazer uma visita virtual aos principais espaços do mosteiro aqui.

sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

VAMOS AO TRABALHO

Proposta de correção da ficha de trabalho realizada na aula (pp.44-45, manual).

1. Abandonavam os doentes e muitos eram enterrados ainda vivos pois acreditava-se que a morte era certa.

2. A conjugação dos astros ou a vingança de Deus.

3. Os doentes não eram isolados o que facilitava a propagação. Acreditava-se que os astros eram responsáveis.

4. Eram acusados de envenenar as águas dos rios e dos poços e de não acreditarem em Cristo, o que atraía a vingança de Deus.

5. Passavam a fazer parte da comunidade cristã e por isso já não podiam ser culpados.

6. 1348.

7. Fugindo dos centros urbanos ou purificando-se através da flagelação para acalmar a ira divina.

8. A peste teve efeitos demográficos devastadores: a mortalidade foi tão elevada que muitos centros urbanos ficaram completamente desabitados (Doc. E).

9. Como a mortalidade foi muito elevada, os que sobreviveram receberam heranças e recusaram-se a continuar a trabalhar nos campos a não ser que os salários fossem muito elevados. Como os proprietários não podiam pagar, os campos ficavam por cultivar, não produzindo os alimentos.

quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

JÁ QUE ESTAMOS A ESTUDAR A IDADE MÉDIA...

A vida na época era complicada, como vocês já sabem, e entre guerras, falta de alimentos e epidemias havia que aproveitar todos os momentos de distracção e alegria. Não pensem que as pessoas daquela época não se divertiam, pelo contrário. E uma das provas disso é o desenvolvimento da música que começa a ter uma certa importância no quotidiano. 



A música destinada a ser dançada era muito apreciada, principalmente a partir dos séculos XII e XIII, nos salões das cortes.



sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

AINDA A PESTE NEGRA

A PESTE NEGRA

A Peste Negra foi uma epidemia que atingiu a Europa, a China, o Médio Oriente e outras regiões do Mundo durante o século XIV (1347-1350), matando um terço da população da Europa e em proporções provavelmente semelhantes nas outras regiões. A peste não só dizimou a população como largamente veio agravar as condições de vida de uma Europa já muito fustigada por fomes e guerras.

Durante o período de catástrofe que causou, instituições milenares como a Igreja Católica foram questionadas, novas formas de religião místicas e de pensar prosperaram e minorias inocentes como os leprosos e os Judeus foram perseguidas e acusadas de serem a causa da peste.

A peste negra era provocada pelas pulgas dos ratos.

A Peste Negra em Portugal


Em nome de Deus Amén.
Porque em o ano da era de 1386 (1348) anos veio a pestilência, a mortandade por todo o mundo foi tão grande que não ficou viva a dízima dos homens que então aí havia, e em todo o dito ano morreram o prior e o chantre (o mestre do coro) e todos os raçoeiros (os que recebiam parte da renda dos mosteiros) da igreja de S. Pedro de Almedina de Coimbra uns depois dos outros todos em um mês.
Virgínia Rau, Un document portugais sur la peste noire de 1348, Separata de Annales du Midi, 1966

SÉCULO XIV - QUEBRA DEMOGRÁFICA: FOME, PESTE E GUERRA

Viver no século XIV era ter a morte à espreita... morria-se de fome, de peste e na guerra. Por toda a Europa, a Peste Negra devastou populações inteiras de aldeias e cidades, o que gerou uma quebra demográfica e os campos por cultivar.

Todo este cenário de perigo aumentava com as guerras que pareciam intermináveis, como a Guerra dos Cem Anos, entre a França e a Inglaterra. 
A peste, a guerra e as fomes também atingiram Portugal.


O Século XIV em Portugal


1315/19 - Fome (devido à destruição de sementeiras por chuvas abundantes)


1333 - Fome (seca)

1348 - Peste Negra

1355/56 - Crise de cereais (seca)

1361 - Epidemias

1364/66 - Peste e crise de cereais (falta de mão -de-obra)

1371/72 - Crise de cereais (guerra e inundações)

1384 - Surto de peste (um dos maiores de sempre no país)

1384/87 - Crise de cereais (guerra com Castela)

1391/92 - Crise de cereais (falta de mão-de-obra)

1394 - Fome (falta de mão-de-obra)

Que fazer para tentar resolver esta situação?

Com vista a resolver os problemas do mundo rural, os reis portugueses tomaram várias medidas. D. Afonso IV, em 1349, enviou aos concelhos do Reino as "Leis do Trabalho" e D. Fernando, em 1375,  publicou a Lei das Sesmarias .
De acordo com estas leis, determinou-se o seguinte:
. os proprietários rurais eram obrigados a cultivar as suas terras;
. todos os que abandonaram a agricultura deviam voltar aos trabalhos agrícolas;
. os salários eram tabelados, de modo a evitar abusos;
. a mendicidade era proibida, de forma a conseguir-se mão-de-obra para a agricultura.
Para melhorar a situação da agricultura e evitar o abandono dos campos, em Portugal, D. Fernando publicou a Lei das Sesmarias: obrigava todos os donos de terras a fazê-las cultivar, sob pena de ficarem sem elas, e obrigava mendigos e vadios a trabalharem, sobretudo na agricultura.