Para quem quiser fazer um passeio com a família, ao fim de semana ou durante as interrupções letivas que se aproximam (Carnaval e Páscoa), recomenda-se a vila de Óbidos e o Mosteiro de Alcobaça. Na visita ao Mosteiro de Alcobaça destaca-se a sua fachada (do século XVIII), onde ainda são reconhecíveis as características góticas do edifício primitivo: a rosácea e o portal de arcos ogivais.
Depois, já no interior, admiramos a Igreja com planta em cruz latina, com as naves central e laterais abobadadas que nos dão uma sensação de amplo espaço, iluminada com uma belíssima luz coada através das janelas rasgadas nas paredes e da rosácea.
Na abside circular passamos pelas capelas, mas o que nos chama a atenção é o portal manuelino da sacristia que sobreviveu ao terramoto de 1755.
Dentro da Igreja observamos ainda os túmulos dos reis D. Afonso II e D. Afonso III e, numa sala lateral, os de D. Beatriz (mulher de Afonso III) e de três dos seus filhos, bem como o de D. Urraca, primeira mulher de Afonso II. No transepto podemos admirar os túmulos de D. Pedro I e de D. Inês de Castro, duas verdadeiras obras primas da escultura gótica portuguesa.
Depois passamos ao claustro medieval, também conhecido como claustro de D. Dinis ou claustro do Silêncio (onde era proibido conversar naquele tempo).
O segundo piso só foi adicionado ao claustro mais tarde, no reinado de D. Manuel I - e tem gárgulas...
Entre dormitório, parlatório e sala do capítulo, podemos visitar o refeitório dos monges. Era no púlpito que o monge leitor lia textos da Ordem durante as refeições. Os monges sentavam-se com os rostos virados para a parede e tomavam a refeição em silêncio. O abade era o único que se sentava virado para a frente e observava a sala. Numa das paredes encontra-se uma pequena abertura de dois metros de altura por 32 cm de largura e reza a lenda que se destinava ao controle do peso dos monges (uma vez por mês, os monges tinham de passar por essa porta, o que só era possível fazer de lado; se por causa do excesso de peso os monges não conseguissem passar pela abertura, eram obrigados a fazer dieta.
Por volta do século XVII foi construída a cozinha nova, sendo levantada no local uma lareira com 25 metros de altura, ideal para assar animais de grandes proporções (também, depois da abstinência de carne durante tantos séculos ... os monges quiseram a desforra). Uma cozinha de tão grandes dimensões destinava-se a alimentar muita gente (segundo alguns cálculos, mais de 500), sabendo-se que em 1762 existiam em Alcobaça 139 monges brancos, sem contar com noviços e irmãos leigos.
Por baixo do chão da cozinha corre uma conduta da Levada, um braço artificial do rio Alcoa. A água sai diretamente na cozinha por uma fenda e desemboca numa bacia inserida no chão, de onde se retirava a água. Muito engenhoso e digno de admiração.
Recomendo começar a visita a Óbidos com uma subida (sofrida e suada) às muralhas da vila... Pensem nos "desgraçados" que tinham por obrigação fazer o caminho de ronda várias vezes quando estavam de vigia!!!
Depois é altura de partir à descoberta de Óbidos e encontrar recantos verdadeiramente fantásticos!
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