Estas ordens religiosas são constituídas por membros do clero regular.
Desde o início do Cristianismo existiram homens e mulheres que consagraram a sua vida a Deus. No final do Império Romano, muitos fiéis recém-convertidos abandonaram as suas casas, as suas cidades e refugiaram-se em lugares desertos ou mais isolados, de forma a levarem um modo de vida mais de acordo com aquilo que entendiam que era o modelo de vida de Cristo e dos primeiros cristãos. Por vezes, esses cristãos agrupavam-se em pequenas comunidades, para as quais se tornou necessário criar algumas regras de convivência, e até mesmo um modelo de sociedade que pudesse ser repetido noutros locais. Nasciam, assim, as primeiras ordens.
O primeiro grande codificador e fundador de uma ordem religiosa foi São Bento de Núrsia. A regra propagou-se e criaram-se dezenas de mosteiros por toda a Europa.
A regra era simples e cobria quase todos os aspectos da vida quotidiana de uma comunidade religiosa, definindo tempos de oração, tempos de trabalho, tempos de descanso, bem como os deveres mútuos, a resolução de conflitos, penas...
Posteriormente, outros fundadores foram adaptando a alterando a Regra de São Bento, criando novas comunidades e novas ordens.
A ordem de São Bento é uma ordem religiosa monástica católica que se baseia na observância dos preceitos destinados a regular a convivência comunitária. Foi composta no século VI, em 529 para a abadia de Montecassino, por Bento de Núrsia: a Regula Beneticti. Os monges desta ordem são conhecidos como beneditinos.
A "Regra" deixada por São Bento, tem por princípio fundamental Ora et labora, o que quer dizer "Reza e trabalha."
Os mosteiros beneditinos são sempre dirigidos por um superior que, dependendo da categoria do mosteiro, pode chamar-se de prior ou abade.
O ritmo de vida beneditino tem como eixo principal o Oficio Divino, também chamado de Liturgia das Horas, que se reza sete vezes ao dia, tal como São Bento havia ordenado. Juntamente com a intensa vida de piedade e oração, em cada mosteiro trabalha-se arduamente em diversas atividades manuais e agrícolas para o sustento e o auto-abastecimento da comunidade.
Na Idade Media os monges beneditinos usavam hábito preto, pelo que foram chamados de monges negros, em oposição aos cistercienses, que usam túnica e escapulário branco, denominados monges brancos.
Ao longo da sua história, a Ordem Beneditina passou por muitas reformas, talvez devido à decadência da disciplina no interior dos mosteiros. A primeira reforma importante teve lugar no século X, num mosteiro situado em Cluny (França), tornando-se de tal forma importante que durante grande parte da Idade Média muitos dos mosteiros beneditinos estavam sob o domínio de Cluny, que adquiriu grande poder económico e político e os seus abades chegaram a fazer parte das cortes imperiais e papais. Aliás, muitos Papas foram beneditinos vindos de mosteiros cluniacenses.
Tanto poder levou à decadência da reforma de Cluny, que encontrou substituta na reforma cistercience (de Cister - França), onde se fundou o primeiro mosteiro desta reforma. O principal objectivo da nova reforma era impor o regresso à vida contemplativa, sendo o seu principal impulsionador São Bernardo de Claraval (1090-1153), encarregue da fundação da abadia de Claraval (França), da qual foi abade durante cerca de 40 anos.
Bernardo de Claraval tornou-se no principal conselheiro dos Papas e muitos dos seus monges chegaram, igualmente, a ocupar o cargo.
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